Câmara aprova criação da Zona Sudoeste e redefine mapa do Rio de Janeiro

Um novo arranjo territorial

A mudança atinge bairros importantes como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Freguesia e Cidade de Deus, além de Vargem Grande, Vargem Pequena, Itanhangá, Gardênia Azul e outros que, historicamente, eram identificados como parte da Zona Oeste, mas sem um enquadramento claro na legislação municipal.

Com a nova configuração, esses bairros passam a compor a Zona Sudoeste, que se torna a quinta grande região oficial da capital fluminense.

Justificativa do projeto

O autor da proposta argumenta que a mudança não representa aumento de despesas públicas nem alteração em impostos, já que se trata apenas de reorganização nominal. Segundo ele, a iniciativa facilita o planejamento urbano, a comunicação institucional e a identidade dos moradores dessas áreas, que passam a ter um pertencimento territorial definido.

Divergências e críticas

Embora aprovada pela maioria, a proposta não passou sem críticas. Alguns parlamentares afirmaram que a criação de uma nova zona pode fragmentar ainda mais a cidade, em vez de promover integração. Especialistas em urbanismo também apontaram que o impacto prático tende a ser limitado, já que a gestão municipal continua baseada em regiões administrativas e áreas de planejamento.

Possíveis impactos

Do ponto de vista social e econômico, a medida pode reforçar a valorização imobiliária em bairros como Recreio e Barra, que já concentram grande parte dos novos empreendimentos da cidade. Por outro lado, há receio de que bairros da Zona Oeste “tradicional”, como Campo Grande, Bangu e Santa Cruz, percam protagonismo diante da nova divisão.

Próximos passos

O texto segue agora para análise do prefeito Eduardo Paes, que pode sancionar ou vetar a proposta. Caso seja sancionada, a Zona Sudoeste passará a integrar oficialmente mapas, documentos e políticas públicas do município. Se houver veto, a decisão volta à Câmara, que poderá mantê-lo ou derrubá-lo em nova votação.

Independentemente da sanção, a iniciativa já abriu um debate importante: até que ponto a criação de novas zonas pode trazer benefícios práticos à população, ou se trata apenas de uma mudança simbólica com efeito político imediato.